No tempo de Cristo, e também de Paulo, que foi seu contemporâneo, mesmo se não conhecemos um encontro entre os dois, na Palestina se falava aramaico. O hebraico tinha sido esquecido e se tornara somente uma língua litúrgica, como aconteceu com o latim. Depois se tentou revitalizar o hebraico, já um século depois de Cristo, com a revolta de Bar Kokhba e definitivamente a partir do nascimento do moderno estado de Israel, onde se fala o hebraico moderno.
Era provável que os apóstolos, portanto, falassem o aramaico. Principalmente por que a maior parte do público a quem se dirigiam eram judeus, que falavam aramaico.
Apesar disso, o grego era a língua política da região, que era dominada por Roma. O uso do grego pelas forças que ocupavam Jerusalém fica muito claro em Atos dos Apóstolos 21,37-39. Essa mesma passagem mostra como Paulo soubesse grego. O texto de Lucas conta sobre a prisão de Paulo em Jerusalém. Finalmente ele é levado diante do tribuno, ao qual Paulo diz:
"É-me permitido dizer-te uma palavra?" Replicou o tribuno: "Sabes o grego?"
Esse diálogo mostra como a administração romana falasse grego e provavelmente não sabia aramaico. E revela também que Paulo podia facilmente falar com o responsável administrativo, em grego.
O latim era a língua de Roma, era um idioma regional. No Império Romano predominava o grego e mesmo as pessas mais cheias de cultura, em Roma, falavam o grego, que era então a língua da literatura.
Não sabemos bem se Paulo, cidadão romano, soubesse latim. Não existe nenhuma prova disso. Pode até ser que tendo estado bastante tempo na cidade, antes de ser assassinado, o tenha aprendido. Todavia, a carta aos Romanos, escrita antes que ele ter ido para Roma, foi redigida em grego, como todos os outros seus escritos.