Infelizmente os 4 evangelhos não dizem qual é a genealogia de Maria. A genealogia de Jesus, que poderia ajudar a descobrir aquela de Maria, é detalhada no primeiro capítulo de Mateus, mas é contruída em base à genealogia de José, que descende de Davi, como também sublinha Lucas 1,27. De Maria apenas se diz que era uma virgem, esposa de José e não se fala nada dos seus pais e nem da sua vida antes da anunciação.

Ao mesmo tempo é muito comum ouvirmos que os pais de Maria são Joaquim e Ana. Essa informação, porém é extra-bíblica, provém dos escritos apócrifos.
Há muitos apócrifos que falam da vida de Maria, do seu nascimento. Entre eles está o Proto Evangelho de Tiago, que conta como Joaquim e Ana, casal cheio de fé, não tinha filhos e como sofriam por causa disso. Ambos intercedem a Deus, que lhes dá uma filha, Maria, que eles, em sinal de gratidão, consagram a criança a Deus e quando completou dois anos foi entregue aos sacerdotes do Templo. Depois foi entregue como esposa a José.

As muitas informações transmitidas pelos apócrifos querem suplir a lacuna que os Evangelhos deixam. É difícil dizer se os apócrifos trasmitem fatos históricos ou são criações fantasiosas. Há algum tempo esse material, escrito nos primeiros séculos do cristianismo, vem ganhando importância e não deve ser absolutamente considerado, como foi no passodo, leitura proibida. É uma leitura aconselhável, pois pode ajudar a entender a teologia e a vida das primeiras comunidades cristãs. Porém, ao mesmo tempo, o leitro deve ser muito crítico, visto que dificilmente podemos fundamentar teorias históricas baseadas nesses livros. Mas isso muitas vezes vale também pra Bíblia, que não entende a história de modo empírico, como a enterpretamos nós, mas como manifestação de Deus.