O pecado não é simplesmente uma roptura entre o indivíduo e Deus, mas uma divisão consigo mesmo e um erro para com os outros, com a sociedade. Essa tríplice natureza do pecado nos permite responder sua pergunta. A relação individual consigo mesmo e com Deus não deveria nos preocupar, sob certos aspectos, didaticamente falando, em relação a alguém que está em pecado, pois pode ser uma escolha pessoal, uma decisão que entra dentro do dom da liberdade humana. Mas a sua liberdade termina onde começa aquela do outro. E, portanto, um pecado com consequências sociais não pode ser calado, não pode deixar de ser denunciado. Portanto, se o pecado causa consequência sociais, e quase sempre é assim, precisa denunciar, precisa colocar-se contra. O cristão, diante de alguém que rouba, que mata não pode se calar!
Biblicamente falando, bastaria lembrar a coragem dos profetas em denunciar tudo o que ía, naquele tempo, contra a vontade de Deus. Quando os profetas acusam os governantes pelas ações contrárias ao plano divino, no fundo estão denunciando um pecado, estão desmascarando pessoas que nem sempre seguem o Senhor, estão condenando o caminho torto que percorrem, em detrimento da implementação da vontade de Deus.
Creio que precisa ser bem claro que a denúncia não é uma ofensa pessoal contra uma pessoa, mas contra o seu agir. Portanto, tome cuidado para não ultrapassar a fronteira da ofensa, da calúnia. A denúncia precisa ser feita, mas em primeiro lugar deve estar a caridade. Em síntese, preste atenção e analise se a sua denúncia tem a intensão de implementar a vontade divina, de restaurar uma integridade rasgada ou simplesmente pretende destruir uma pessoa.