Há várias repetições na Bíblia. Isso chama a nossa atenção porque se tomamos um livro moderno não encontramos coisa parecida. Se isso acontecesse, o livro seria julgado como mal feito.
A Bíblia, na verdade, não é um livro, mas um conjunto de livros, uma verdadeira biblioteca. Não temos um autor que se sentou e escreveu do início até o fim, de maneira coerente. Cada um dos livros bíblicos nasceu de maneira independente, inserido dentro de um contexto especial. E isso, às vezes, vale até mesmo para um livro particular, que não teve um único autor, mas reúne diferentes tradições, textos tomados de fontes diversas e reunidos por um editor, que deu a forma que tem hoje.
Mais que o Antigo Testamento, exemplos mais significativos temos no Novo Testamento, principalmente nos 3 primeiros evangelhos, ditos sinóticos. Eles são muito parecidos e contam eventos repetidos. O que Mateus diz, na maioria das vezes, aparece também em Marcos e Lucas e, algumas vezes, em João. Cada um dos evangelistas quis narrar a vida de Cristo da sua maneira, com o seu olhar particular, tendo em vista principalmente o público para o qual escrevia. E cada um conta um fato com luzes diferente. Lucas, por exemplo, sublinha a misericórdia, Marcos, invés, o ensinamento dos apóstolos.
Lembre-se que a Bíblia é uma biblioteca. Em uma biblioteca as informações podem se repetir, mas cada uma é dita de maneira diversa e contém, falando-se de Bíblia, uma mensagem renovada.