Dois fragmentos de um pergaminho de coro foram encontrados por beduínos no verão de 2004 numa gruta do deserdo da Judéia, que era desconhecida. Hanan Eshel, diretor do Departamento de Arqueologia da Universidade Bar Ilan, a quem os textos foram mostrados, assim julgou a descoberta: "trata-se de um fragmento de um rolo da Torá hebraica como aqueles encontrados na região antes de 1964.
A gruta, situada dentro do Nahal Arougot, um vale (wadi) que desemboca na parte ocidental do Mar Morto, perto de Ein Gedi, foi explorada em março de 2005. Foram encontrados dois fragmentos de textos, vestes de linho e também alguns restos de cerâmica: lâmpadas a oléo, marmitas e jarras. Sobre os textos, encontraram-se 3 pedaços. Um deles contem 9 linhas de texto, divididos em duas colunas (6 x 5,5cm) e o outro tem 4 linhas (3 x 5cm). O terceiro texto é mal conservado e é ineligível.
Hanan Eshel reconheceu neles passagens do livro do Levítico, no trecho onde Deus dá a Moisés suas recomendações, precisamente sobre as festas do calendário juidaico e sobre as punições para os blasfemadores, agressores e outros crimanais (Lv 23,38-44; 24,15-19). Trata-se também do capítulo 24, onde se encontra a famosa fórmula "olho por olho, dente por dente".
A caligafria é típica da escritura juidaica do II século depois de Cristo. O rolo original pode ter pertencido aos companheiros de Bar Kocha, protagonista da segunda revolta judaica contra a ocupação romana (132-135), que se rufugiavam nas grutas da região. Outros textos desse grupo já haviam sido encontrados na região.
Essa descoberta faz com que os manuscritos bíblicos dessa época subam a 15. Além do mais aumenta a espectativa de descobrir, na área do Mar Morto, outros textos judaicos.