Continua a reflexão da nossa leitora:
Se tal coisa acontecer é por que o chamado dela não é de Deus ou uma simples invenção da sua mente? Outro dia, ouvi um comentário que me deixou indignada. Miriã dançou, mas ela morreu com lepra. O fato dela ter morrido com lepra desabona a intimidade que tinha com Deus? Penso eu que não, mas gostaria de saber o que pensam outras pessoas.
Infelizmente essa sua reflexão é o resultado que pode causar certo cristianismo que procura explorar as dificuldades físicas e psicológicas das pessoas. É óbvio que alguém que teme Deus, que o ama e segue pode morrer de câncer ou outra tragédia que faz parte desse mundo. Muitos de nós pensam que a felicidade se pode comprar, que o bem estar deriva da nossa fidelidade a Deus, que ser fiel à Igreja e|ou ao pastor implica necessariamente uma vida boa, feliz, próspera. Dar o dízimo com generosidade, para alguns, significa "comprar" de Deus a prosperidade. É uma religiosidade absurda e, do meu ponto de vista, os líderes que a pregam deveriam ser acusados de falsa testemunhança do cristianismo.
Não é verdade que, no dia a dia, conhecemos tantas pessoas boas, fieis, cheias de fé que sofrem situações desfavoráveis? Eu particularmente encontrei muitas pessoas santas, que têm vivido uma vida trágica. A diferença entre uma pessoa de fé e outra sem não é a presença ou a ausência de sofrimento, mas é o modo como ele é vivido. Experimente conversar com uma pessoa de fé que sofre e você vai ver que sabedoria, quanto dela aprende, pois tem um fundamento vital que dá forças para superar a crise. Se, invés, uma pessoa não tem fé, vai sucumbir diante de uma situação de desastre, pois lhe falta alicerces sólidos. É a aplicação da parábola das duas casas, uma construída sobre a rocha e a outra sobre a areia.
Por isso, de maneira direta, respondendo a sua pergunta, por mais santa e religiosa que uma pessoa seja, não está imune a contrair doenças e sofrer durante a sua vida. Mas está protegida, pois saberá superar tal desgraça.