Uma nova tradução da Bíblia em linguagem inclusiva, que pretende fazer justiça às mulheres, judeus e outros grupos marginalizados através da sua inclusão nos textos, foi lançada na Alemanha. O chefe do grupo que publicou a edição, Hanne Koehler, comentou assim o fim dos trabalhos: "foi um risco e durante muito tempo não saberemos se atingimos o nosso objetivo, mas estamos contentes de ter chegado até aqui".

A nova tradução é fruto de um trabalho de 5 anos de 42 mulheres e 10 homens e o seu objetivo é clarificar a linguagem violenta e ao mesmo tempo considerar a perspectiva feminista e da teologia da libertação. Ela faz referência seja a discípulas que a discípulos, apóstolos e diáconos.

Um dos benfeitores, Luise Metzler, que doou cerca de 1 milhão de reais ao projeto, diz que a linguagem alemã tem que ser sensível a cerca do racismo e da discriminação étnica, por causa da Shoa, do Holocausto.

A primeira edição, com 20 mil cópias, já esgotou, conforme comunica a agência de notícias protestante da Alemanha.

A tradução levanta um debate sobre a Bíblia: alguns dizem que tal tradução distorce a mensagem da Bíblia, enquanto outros dizem que é importante essa visão, pois a Bíblia não é um museu, invés um livro vivo e deve, portanto, acompanhar a evolução do debate humano.

Os dados da edição são os seguintes:
Die Bibel in gerechter Sprache
Publicado por Guetersloher Verlagshaus (ISBN 3-579-05500-3)
2400 páginas
Custa 24.95 euros