Assim foi a pergunta completa:
Vocês falam que a critica textual restaura os textos do Novo Testamento ,certo?! Pois bem em Atos 16,12, por exemplo, no verso consta a expressão "Romana". Esta expressão esta omitida nas edições do texto receptus e ate de Westcott. Não passa de uma " conjectura". Se essa expressão não existe em NENHUM MANUSCRITO, com que direito os da crítica textual acrescentam isso ao texto sagrado? Quem lhes deu autoridade?
Realmente a intenção da crítica textual é dar pistas para definir qual é o texto original, saído da "caneta" do autor, onde no texto bíblico se encontram dúvidas.
Nós não temos mais à nossa disposição a bíblia original, aquela escrita pelos autores sagrados. Temos somente manuscritos, alguns mais antigos e outros menos. Muitas vezes os manuscritos têm alguma divergência. E é essa situação que chama à ação a Crítica Textual
O texto bíblico chegou até nós de maneira muito íntegra. As descobertas dos manuscritos provam substancialmente essa verdade. Existe apenas algumas poucas discordâncias e, na maioria das vezes, não são tão importantes.
Uma situação particular se encontra em Atos dos Apóstolos 16,12. Se abrimos nossos textos, lemos assim (Bíblia de Jerusalém)
(11) De trôade, partindo para o alto-mar, seguimos em linha reta para Samotrácia. De lá, no dia seguinte, para Neápolis, (12) de onde partimos para Filipos, cidade principal daquela região da Macedônia, e também colônia romana.
O problema se encontra no final, na expressão "colônia romana", coisa que não aparece dessa maneira no texto grego, onde lemos:
ἥτις ἐστὶν πρώτη τῆς μερίδος Μακεδονίας πόλις, κολωνία (Literalmente: que é principal do distrito da Macedônia cidade, colônia)
Na verdade, nesse texto, como diz o nosso leitor, não há nenhum problema nos manuscritos; todos são unânimes em trazer o texto grego inserido acima. Então por que não se traduziu simplesmente "colônia", prefendo "colônia romana"? A explicação não é complicada. De fato estamos diante de uma palavra latina, usada no grego. "Colônia" significata uma cidade "ocupada" por cidadãos romanos, normalmente ex soldados, onde quem vivia era considerado cidadão romano, que tinha direitos como os habitantes de Roma. O adjentivo "romana" era implícito na palavra "colônia", mas para nós hoje não. Por isso é correto que os tradutores acrescentem "romana". Se deixassem simplesmente "colônia", poderíamos entender, por exemplo, "colônia grega", invés Filipos era exatamente uma colônia romana.