O Livro do Eclesiastes é, às vezes chamado de Coélet. Talvez na sua Bíblia apareça com esse nome. A diferença de nomes se justifica pelo fato que a primeira frase do livro, que aparece como título, diz: "Palavas de Coélet, filho de Davi, rei em Jersualém".
Coélet não é um nome de pessoa, mas uma palavra hebraica que poderíamos traduzir como "pregador", aquele que na Assembleia (qahal, em hebraico) fala. A palavra "qahal", na primeira tradução da Bíblia (a LXX - Setenta) foi vertida em grego com o termo "ekklesia", o mesmo usada no Novo Testamento para "igreja". Dessa explicação vem o termo "eclesiastes" (de ekklesia - aquele que fala na ekklesia).
É um livro pequeno, de 12 capítulos, que se encontra entre os assim ditos "livros sapienciais", entre os livros dos Provérbios e Cântico dos Cânticos (Cantares).
Conforme o títolo mencionado acima (filho de Davi), poderíamos pensar que o seu autor fosse Salomão. Todavia não é assim. Trata-se simplesmente de um recurso literário para dar autoridade ao escrito. O autor põe suas palavras na boca do terceiro rei de Israel, o mais sábio de todos. O estilo do livro e a teologia que transmite fazem com que os estudiosos digam que provavelmente foi escrito depois do Exílio do povo em Babilônia, isto é, ao menos 500 anos depois de Salomão.
O tema básico do livro é uma reflexão sobre a vaidade das coisas humanas. Embora seja verdade que não estamos diante de uma obra com um plano definido; as ideias vão e vêm; o autor se repete e também se corrige, como é típico da literatura sapiencial.