Você precisa ler o contexto em que está inserido essas passagens de Isaías. No capítulo 48 ele sublinhava como aquilo que o povo de Jerusalém estava sofrendo, o exílio em Babilônia, havia sido predito pelos profetas, pois Judá, cuja a capital era Jerusalém, tinha se mostrado pecadora. Depois, a partir de 48,12, Isaías começa a anunciar tempos melhores para o povo exilado, para os habitantes de Judá, de Jerusalém, que estavam na Babilônia. Deus, por meio de um estrangeiro, Ciro, começa a agir e fazer com que o povo possa voltar para a sua terra.
Estamos a cerca de 440 anos antes de Cristo. O Edito de Ciro, rei dos Caldeus, permite que o povo possa voltar para a Terra, para Jerusalém. Termin o exílio: "Saí da Babilônia, fugi do meio dos caldeus, com voz de júblio anunciai (...) Iahweh redimiu seu servo Jacó (Isaías 48,20).
O versículo que você cita, Isaías 49,8, precisa ser lido nesse contexto. Depois do segundo canto do Servo (versículos 1-7), vem exprimida a alegria do retorno do Exílio (Isaías 49,8-26). Assim diz o versículo 8:
Assim diz Iahweh:
No tempo do meu favor te respondi,
no dia da salvação te socorri.
Modelei-te e te pus por aliança do povo
a fim de restaurar a terra,
a fim de redistribuir as propriedades devastadas.
Já mas não ainda
Esse versículo, como dissemos, tem um contexto histórico. Deus fez voltar seu povo do Exílio em Babilônia, restaura fisicamente a cidade de Jerusalém; o templo é reconstruído, as muralhas reerguidas... Por isso, de um certo ponto de vista, a restauração de Jerusalém foi um evento histórico.
A bíblia é feita sempre de um sentido literal e de um sentido mais profundo. Deus ensina através da história. O que aconteceu no passado serve de lição para nós.
A conversão do povo ajudou na "volta", na restauração da cidade símbolo de Jerusalém. Nós somos chamados, cada dia, à conversão, a restaurar nossa aliança com Deus, sempre fiel, que nos espera de braços abertos. Somos convidados a entrar na Cidade Santa, na Jerusalém celestial, como anunciada em Apocalipse 21. É um compromisso, um convite que todo cristão recebe. Algo que aos poucos se realiza, com a nossa vida, mas que nunca concluímos de maneira perfeita.
Nesse sentido, a restauração ainda não aconteceu; está em caminho. Devemos nos perguntar se estamos contribuindo para que isso aconteça.