É uma passagem que se encontra na carta que Paulo escreveu aos Filipenses, em 4,13. E a tradução que normalmente temos em nossas bíblias ("Tudo posso naquele que me dá forças") está conforme os originais, em grego, que era a língua usada por Paulo.
Paulo está preso quando escreve essa carta. Pode ser quando ele era prisioneiro em Éfeso (entre os anos 52 e 54), mas também durante a sua última prisão (em Cesaréria - 59 - ou em Roma: 62-65). Portanto, o período que foi escrito foi entre os anos 52 e 65. É difícil ser mais exato.
Em relação ao sentido dessas palavras, fica evidente a partir do contexto. Paulo está terminando a carta, que escreve para agradecer pela ajuda que os cristãos de Filipos, cidade da Macedônia e colônia romana, mandaram para ele. Trata-se de ajuda em dinheiro. Sabemos, graças a Atos dos Apóstolos 18,3 seguintes, que Paulo era muito escrupuloso e receava parecer interesseiro. Preferia não aproveitar da bondade daqueles que seguiam a sua pregação. Mas dos filipenses ele aceita a ajuda. É provável que ele confiasse muito neles e eram intimamente ligados. De fato, o apóstolo dos gentios tinha evangelizado a cidade durante a sua segunda viagem, nos anos 48 e 49 (Atos 16,12-40) e tornou a passar por lá outras duas vezes, quando da sua terceira viagem, nos anos 54 e 55 (Atos 20,1-2) e na páscoa de 56 (Atos 20,3-6).
"Tudo posso naquele que me dá força" era um princípio prático para a vida apostólica de Paulo. Confiava na providência e não queria depender dos cristãos que evangelizava. Todavia, esse princípio não impede que aceite a oferta vinda de Filipo: "Entretanto, fizestes bem em participardes da minha aflição".