A confiança nos anjos da guarda é muito presente nas nossas famílias. E é verdade que a Bíblia confirma a existência deles. De fato, os anjos estão presentes em muitos livros da Bíblia, começando pelos querubins que, no livro do Gênesis, são colocados a vigiar o ingresso do Éden (3,24) até o Apocalipse, que apresenta os céus cheios de anjos. Tratam-se de figuras sobre-humanas, mas diversas de Deus.

A palavra hebraica usada para esses personagens é mal’ak, termo que significa mensageiro. Em grego, essa palavra foi traduzida com o vocábulo Anghelos, de onde deriva o nosso anjo. O vocábulo, no Antigo Testamento, aparece 215 vezes e se torna até nome de um dos profetas, Malaquias, que em hebraico significa anjo do Senhor.

A função essencial do anjo é aquela de comunicar a palavra de Deus. Não é o próprio Deus que 'fala' com o homem, por que é necessário 'salvar' Sua transcedência. Por isso são os anjos que aparecem aos homens, que trazem a mensagem divina. Com Cristo, essa realidade muda e o próprio Deus se faz presente.

 

O anjo da guarda

Segunda a tradição cristã, o anjo da guarda acompanha cada pessa na sua vida, ajudando nas dificuldades e levando-a até Deus. Desde criança aprendemos a famosa oração "Santo Anjo"...

Na Bíblia, várias vezes é sublinhado como a missão dos anjos é a de proteger os seres humanos (veja o Livro de Tobias, só em grego - na Bíblia Católica; em Mateus 18,10, quando Jesus diz que os anjos protegem os pequeninos). Por isso, logo no início da igreja os Padres afirmaram que "cada fiel tem ao seu lado um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida" (Basílio Magno - 329 -279).

Em relação à sua pergunta, não sabemos dar uma resposta. Não conhecemos a realidade transcendente. A única coisa que podemos dizer é que não é igual à nossa; não é uma réplica daquilo que vivemos aqui. Por isso, mesmo se inevitável, é melhor não projetar nossa realidade na esfera divina.

O importante é saber que não estamos sozinhos. Deus nos acompanha! Não sabemos exatamente como, mas ele está ao nosso lado, dando-nos coragem, convidando-nos a seguir adiante. Mas também é importante lembrar que somos nós que damos o passo, somos nós aqueles que decidimos e escolhemos. A presença divina deve nos incentivar a fazer a escolha certa.