O Carlos assim completa a sua pergunta:
Desde o tempo do A.T. Deus usava Israel e depois Judá - Jerusalém. Li algo sobre o imperado Adriano em 135 d.C que, para provocar os Judeus, trocou o nome de Judá para Palestina. Estou certo em dizer que a Palestina, para nós Cristãos, nunca existiu, pois a terra prometida por Deus se chama Israel? Tanto que em 1948 a ONU criou o Estado de Israel e a Palestina aguarda até hoje a sua criação...
Essa questão tem mais a ver com a política daquela região do que especificamente com a Bíblia. De fato, no tempo de Jesus não existia especificamente um país chamado "Israel" e nem mesmo um chamado "Palestina". A Bíblia, diversas vezes, fala de "Terra de Israel", falando dos locais onde os hebreus moravam, mas não havia um país, com as características dos estados de hoje, com esse nome.
No Antigo Testamento, em termos políticos, podemos falar de Israel para a região da Samaria, o Reino do Norte, que deixou de existir cerca de 700 anos antes de Cristo. A Judeia existiu, cujo centro é Jerusalém, existiu durante mais tempo.
O Antigo Testamento, muitas vezes fala de Terra de Canaã para designar a Região da Terra Prometida, habitada pelos cananeus.
No tempo de Cristo, toda a região era dominada por Roma. A Judeia, em particular, era uma província de Roma, uma província dita "imperatória", pois ligada diretamente ao imperador, diferente de outras que estavam ligadas aos senadores romanos. A Judeia tinha como chefe um pessoa "legati Augusti pro praetore", que era designada pelo próprio imperador. Por razões particulares, algumas das Províncias Imperatórias eram chamadas de Províncias Procuratórias, pois tinham como governador um procurador, que podia governar a região até mesmo durante toda a vida. A Judeia era uma dessas províncias, que teve, de 25 a 36 depois de Cristo Pôncio Pilatos como procurador.
Em 135, depois de terem sufocado a revolta protagonizada por Bar Kokhba, os romanos uniram as províncias da Judeia com a Galileia e foi criada a Província "Syria Palaestina".
Palestina
A primeira vez que esse nome é usado para designar uma área geográfica, da Fenícia até o Egito, foi cerca de 400 anos antes de Cristo, no ambiente grego, exatamente por Heródoto, que na obra histórica que escreveu chamou a parte sul desta área de "Siria Palaistine", sublinhando que os seus habitantes eram circuncisos. 100 anos mais tarde foi Aristóteles que chamou a área do Mar Morto com esse nome. Vários outras testemunhos aparecem em seguida, seja em escritores gregos que latinos.
Buscando a etimologia da palavra, precisa considerar os filisteus, exatamente a palavra Pelésheth, que em diversas variantes, aparece cerca de 250 vezes na Bíblia, principalmente nos livros dos Juízes e de Samuel.
É importante notar que a LXX, que traduz a Bíblia do hebraico em grego, não usa nunca a palavra "Palestina", mas sim "ge ton phylistiim", ou seja, "terra dos filisteus".
Os filisteus moravam na zona litorânea do atual Israel. Essa área é dita Filisteia.
A Palestina de hoje tem origem a partir da história complicada do século passado, desde a primeira guerra mundial até as lutas da entifada árabe contra os israelianos. Depois da Segunda Guerra Mundial, em 1947, a ONU divide a Palestina em dois estados, um árabe e outro hebraico, com a ONU que mantinha o controle de Jerusalém.
Nos anos seguintes, algumas guerras alargaram o território da parte hebraica até que na década de 90 Israel começou a ceder espaço a uma autoridade árabe. Esse processo fez com que em 2012 a ONU elavasse o status da Autoridade Palestina a "Estado Observador".
Em 2014 a Suécia reconhece a Palestina como Estado, mas, no mesmo ano, a ONU rejeitou a resolução que pedia a criação do País Palestina.