O terço é uma série de 50 aves-maria intercaladas por pai-nossos e glórias ao pai. É dito terço por que é uma terça parte das 150 aves-marias que formam o rosário. Cada série de 10 aves-maria é intercalada, além do pai-nosso, por uma meditação de fatos históricos da vida de Jesus: mistérios que podem ser gozosos, dolorosos ou gloriosos.

Essa prática nasceu há mais de mil anos atrás, no contexto dos mosteiros. Os monges costumavam rezar os salmos, mas os leigos não tinham o salterio e ou não sabiam ler. Por isso foi inventado orações que pudessem substituir os salmos: 150 pai-nossos ou 150 aves maria. Mais tarde essa prática foi difundida principalmente por São Domingos Gusmão (1170 -1221).

Não conheço outras igrejas que além da católica têm essa prática. De qualquer forma, a repetição de orações é um costume muito comum nas correntes místicas da fé cristã; são os mantras, muito frequentes também eu outras religiões como um método para o controle da mente.

 

Uma simples repetição?

Acredito que o terço não é uma oração para todos. Há quem se identifica com ela e quem não vê nenhum sentido. Mas não diria que se trata de uma repetição vã de palavras. De fato, a oração da Ave-Maria, já testemunhada no século IV depois de Cristo (Sub tuum praesidium), reflete sobre o mistério da encarnação de Cristo. Também os mistérios, presentes durante a recitação, sublinham a trajetória da vida de Cristo.

É óbvio que o mundo pentecostal não pode colocar tal oração ao centro de sua prática religiosa, pois se depararia com o bloqueio que existe em relação à Maria. Nesse caso poder-se-ía recuperar a tradição da oração repetida do Pai-Nosso.