Não só é possível como é necessário. Devemos seguir o desejo que vemos em João 17, na oração de Cristo ao Pai: "que todos sejam um". Muito tem sido feito, graças principalmente à figura carismática dos últimos papas, que têm recebidos líderes de diferentes igrejas. Há inclusive alguns documentos feitos em conjunto.
O movimento ecumênico, na prática, nasceu em ambiente protestante e, no início, encontrou muita resistência no mundo católico. Em sua Encíclica Mortalium Animus (06/01/1928), por exemplo, referindo-se aos encontros ecumênicos, Pio IX afirma, sem meias palavras: “a Sé Apostólica não pode de modo algum participar das suas reuniões, e de nenhum modo podem os católicos aderir a tais tentativas ou lhes prestar ajuda”. E, de fato, Roma recusou várias vezes o convite a participar de iniciativas ecumênicas, dentre outras, a Conferência de Edimburgo em 1910, considerada como a hora e o lugar de nascimento do movimento ecumênico moderno, e a assembleia de fundação do Conselho Mundial das igrejas em 1948.
Graças a Deus, a Igreja católica mudou de comportamento a partir do Concílio Vaticano II. A restauração da unidade dos cristãos foi, indiscutivelmente, uma das preocupações e uma das marcas principais do pontificado de João XXIII e do Concílio por ele idealizado, convocado e inaugurado. Não por acaso, seu anúncio foi feito na celebração de encerramento da semana de oração pela unidade dos cristãos (25/01/1959). E uma série de medidas garantiu que a problemática ecumênica não se perdesse no formalismo vazio das “boas intenções”: criação do Secretariado para a União dos Cristãos (05/06/1960); convite a observadores ortodoxos, anglicanos e protestantes para o Concílio; presença de uma delegação católico-romana na assembleia do Conselho Mundial das Igrejas em Nova Délhi (1960); exclusão das expressões antissemitas na liturgia da Sexta-feira Santa, dentre outras.
Por fim, convém recordar que o Decreto Unitatis Redintegratio, sobre o ecumenismo, e a Constituição Dogmática Lumen Gentium, sobre a Igreja, foram publicados no mesmo dia (21/11/1964) e que, segundo Paulo VI, em discurso pronunciado naquela ocasião, a doutrina sobre a Igreja deve ser interpretada à luz do decreto sobre o ecumenismo.
Acreditamos que a Bíblia é um lugar comum de todos os cristãos e por isso um instrumento ideal para promover o diálogo entre as várias igrejas cristãs. Uma das boas atuações dessa perpectiva é o Centro de Estudos Bíblicos (CEBI),