A transfiguração é contada pelos 3 evangelhos sinóticos (Mateus 17,1-8; Marcos 9,2-8; Lucas 9,28-36). Conforme esses textos, Jesus, depois de ter se retirado com Pedro, Tiago e João, mudou de aspecto, transfigurando-se, mostrando-se com um extraordinário esplendor. Nesse contexto aparecem Moisés e Elias que conversam com Jesus. Ouve-se uma voz, da nuvem, que afirma a filiação divina de Cristo.

Embora não seja dito nos evangelhos, uma tradição muito antiga conta que esse evento aconteceu sobre o Monte Tabor, uma colina da Galileia. Há alguns que hipotizam que tal "alta monhtanha" seja o grande Hermon ou o Monte Carmelo.

É uma cena cheia de símbolos: montanha, Moisés e Elias, nuvem luminosa a voz do céu e os discípulos. É neles que deveríamos buscar o sentido desse milagre.

A Montanha lembra o Sinai, o lugar onde Deus, através de Moisés, deu a Lei ao povo. Na história de Jesus, essa montanha alta é o Novo Sinai, o lugar onde se manifesta a nova Lei.

Moisés e Elias são dois personagens emblemáticos do Antigo Testamento. Moisés rerpesenta o líder do povo que protagonizou o êxodo do Egito até a Terrra Prometida. Elias é o profeta. Líder e profeta testemunham a grandeza de Cristo.

O mesmo poder de Cristo é testemunhado pela presença da nuvem. Já no deserto, Deus se fazia presente através de uma nuvem, que dividia o povo dos seus perseguidores. A nuvem é sinal da presença de Deus, que é confirmada pela voz que dela sai:

Este é o meu filho amado, em quem me comprazo, ouvi-o.

Fica evidente que a função da transfiguração é mostrar Cristo aos discípulos para além da sua aparência: não é só humano, mas é também divino, "filho de Deus". Nessa passagem se sublinha a sua divindade.

Para aqueles que interessa, abaixo coloco um vídeo do local da transfiguração, apresentado por um frei franciscano.