A passagem do Apocalipse 19,11-21 fala do primeiro combate escatológico, do "fim dos tempos". Nesse combate, aparece o "fiel" e "verdadeiro", que monta um cavalo branco. É o "verbo de Deus", e da sua boca sai uma espada afiada com a qual ferirá as nações. Além disso, como diz o versículo 16:

um nome está escrito sobre seu manto e sobre sua coxa: Rei dos reis e Senhor dos senhores.

No texto grego original se usam "epi to himation" e "epi ton mēron autou", que se pode traduzir como "sobre a roupa" e "sobre a coxa dele". Portanto a frase "rei dos reis e senhor dos senhores" parece escrita em dois lugares.

 

Trata-se de uma tatuagem?

É provável que não. O autor bíblico quer sublinhar que esse personagem que combaterá e vencerá a Besta é o filho de Deus, é o Cristo. Para tanto, mostra como a frase, que revela quem ele é, está em todo o seu ser, seja nas suas roupas que na própria pele. E além disso, não é sem importância o local em que se encontra, na coxa. Na Bíblia, temos, por exemplo, o costume de fazer um juramento colocando a mão embaixo da coxa do outro (Gênesis 24,3-4; 47,29-31). Isso indica a associação à potência particular desta parte do corpo e invoca a descendência.

 

Bíblia e tatuagem

Usar Apocalipse 19,16 como argumento para justificar a tatuagem não tem nenhuma lógica. Acredito, sinceramente, que quem deseja fazer alguma tatuagem não deve correr atrás da Bíblia, tentando fundamentar ali sua escolha. São costumes que mudam com o tempo e não influenciam a integridade da pessoa.