Entre os anos 41 e 44 depois de Cristo, na região de Israel, da Palestina, governava o Império Romano. No ano 41 terminou seu reinado o imperador Calígola (do ano 37 até o ano 41), sendo substituído pelo imperador Cláudio, que governou o Império até o ano 54 depois de Cristo.
Na época de Cristo, do Novo Testamento, essa é a cronologia dos imperadores: Augusto (27 antes de Cristo até 14 depois de Cristo), Tibério (14 - 37 depois de Cristo), Calígona (37 - 41), Cláudio (41 - 54) e Nero (54 - 68).
Palestina no tempo do Novo Testamento
O imperador romano colocava pessoas para governar a vasta área do próprio território. Assim, na região bíblica, na época de Cristo, temos outros personagens, que governavam em nome do imperador romano.
É muito importante começar de Herodes que era, quando Jesus nasceu, o "rei da Judeia" e residia em Jerusalém, governando toda a Palestina, também a Galileia. Foi um rei muito esperto e, ao mesmo tempo, muito cruel. Manteve o poder graças à violência e às inúmeras obras que construiu. Quando morreu, no seu testamento, deixou o próprio reino divido entre 3 filhos: Arquelau, Herodes Antipas e Felipe: Arquelau seria rei da Judeia, Samaria e Idumeia; Antipas da Galileia e da Pereia; Felipe da parte norte, na Transjordânia.
O testamento de Herodes tinha que ser confirmado por Roma. Augusto, o imperador de Roma, nomeou Antipas e Felipe como Tetrarcas (pequenos príncipes) e Arquelau foi nomeado etnarca. No Novo testamento não aparece essa distinção e Arquelau e Antipas são chamados genericamente de "reis".
Arquelau, que governava Jerusalém, foi tão cruel com os judeus que eles acabaram protestanto diretamente com o Imperador em Roma. Por isso ele, no ano 6 d.C., foi tirado do poder e a região foi confiada a um procurador, que ficou responsável pela Idumeia, Samaria e Judeia. Ele morava em Cesareia e ía a Jerusalém só por ocasião de festas. Esse é o papel que tem Pilatos (procurador de 26-36 d.C), quando Jesus é crucificado.
Enquando isso, a Galileia era governada por Herodes Antipas (de 4 a.C a 39 d.C), que morava na cidade de Tiberíades, construída por ele em homenagem ao Imperador. Esse era o "rei" que se casou com a esposa do próprio irmão, ação condenada por João Batista e que o levou à morte (Marcos 6,17-29).
Herodes Antipas (chamado na Bíblia simplesmente "Herodes") era o soberano de Jesus. Quando soube de Cristo, acreditava que fosse João ressuscitado dos mortos (Marcos 6,14-16). Parece que desejou encontrar-se com Jesus(Lucas 9,9), mas foi chamado por ele de "rapousa" (Lucas 13,32).
No momento da morte de Jesus, como conta Lucas, Pilatos mandou Jesus a Herodes Antipas, que, como Pilatos, tinha ido a Jerusalém para a festa da Páscoa, para que também Herodes desse a sua opinião sobre a questão de Jesus (Lucas 23,6-16).
Em 39 d.C. Herodes, que havia pedido a Calígula, então imperador, o títutlo de rei, foi exiliado e substituido por Agripa, sobrinho do velho Herodes. Em 41 d.C., Agripa se torna rei de toda a Palestina, reunificando o território que fora dividido pelo seu tio.
Antes de Cristo, depois de Cristo, Ano Domini...
Vi que na sua pergunta você usou o termo A.D., como uma características dos anos que cita. Essas letras abreviam a expressão "Anno Domini", que é uma abreviação da fórmula latina "anno ab incarnatione Domini nostri Iesu Christi" (anno da encarnação do nosso Senhor Jesus Cristo). Indica a numeração dos anos, a partir do ano 1, partindo da encarnação de Deus.
Antes de Cristo e Depois de Cristo (a.C. e d.C.): é a mesma lógica, tendo a vida de Cristo como elemento que determina a divisão da história em dois períodos, antes e depois de Cristo. Os anos antes de Cristo (aC) são decrescentes e aqueles seguintes (dC) são crescentes.
Era comum (E.C. ou C.E. = Common era): É uma fórmula usada por quem não quer fazer referência à incarnação de Cristo, mesmo aceitando o mesmo princípio para a divisão do ano.
Em síntese, para o ano 2016 poderíamos usar essas expressões, que se equivalem: 2016 A.D., 2016 d.C., 2016 C.E.