O livro do profeta Baruc se encontra entre os livros de Lamentações e Ezequiel, exceto na Bíblia Hebraica (e, por isso, também na Portestante), onde não está presente. Portanto, não consta da Bíblia Protestante por que Lutero decidiu assumir como elendo dos livros inspirados somente aqueles reconhecidos como tais pelos judeus. Os Judeus, no final do primeiro século, decidiram considerar "não inspirados" todos os livros que até então faziam parte do elenco dos livros bíblicos que haviam sido escrito em grego, como Baruc. Os livros inspirados tinham que ser escritos, originariamente, em hebraico. Por isso os 7 livros do Antigo Testamento que foram escritos em grego ficaram fora da lista. Mas os cristãos continuaram usando esses livros em suas bíblias até a decisão de Lutero, há cerca de 500 anos.

Baruc, segundo quanto dito nos versículos introdutivos, teria sido escrito por Baruc, secretário de Jeremias na Babilônia, depois da deportação, e envaido a Jerusalém para ser lido nas assembleias litúrgicas. É um livro de esperança, onde vem evocada a fé em uma era messiânica.

Embora colocado no contexto do exílio em Babilônia, há mais de 5 séculos antes de Cristo, o livro com certeza foi escrito entre o segundo e primeiro século antes de Cristo.

 

Gatos na Bíblia

Baruc fala do gato em 6,21: "Sobre seus corpos e suas cabeças esvoaçam morcegos, andorinhas e outros voláteis, como também os gatos". O autor está falando dos falsos deuses, inúteis, abandonados no tempo, por onde andam os animais.

O gato, exceto nesse versículo, não aparece na Bíblia. Na cultura egípcia era um animal nobre, mas não para os judeus, para os quais, assim como os cachorros, são considerados animais impuros. É por isso que não são citados na Bíblia. Também não são citados na Mishná, outro texto importante da tradição judaica.

Em hebraico, gato é "chatul" e em aramaico "shunra". Nas fontes hebraicas o gato é classificado como "animal selvagem impuro". Alguns rabinos dizem que quando a Bíblia fala de "animais que caminham sobre os próprias patas" está se referindo a cachorro, gato e urso.

Ampliando o contexto e considerando o Talmud, outro texto importante da tradição judaica, é ensinado que não se pode ter um gato e que se pode matá-lo e, ao mesmo tempo, não existe a proibição de roubá-lo (Baba Qama 80b). O mesmo texto diz que tal regra é dada por que o gato é perigoso para a criança, mas não todos, somente os gatos brancos, filhos de gatos brancos. Outros rabinos dizem que tal regra vale somente para o gato mau, que pode provocar danos à criança (Choshem Mishpat 66,4). 

Mais tarde a doutrina judaica muda e declara: "agora certamente os nossos gatos são domésticos e é proibido matá-los (Sheelot Yaavetz 1:17, Shut Har Tzevi Yoreh De'ah 50).