Não conhecemos o número das pessoas que seguiam Jesus durante o seu ministério. Como os escritos afirmam, escolheu 12, que chamamos de apóstolos, mas muitas outras pessoas o acompanhavam. Lucas 10,1 fala do envio de 72 (ou 70 em alguns manuscritos) discípulos, que Jesus mandou "dois a dois à sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir." Embora exista até mesmo uma tradição da Igreja Ortodoxa que oferece um elenco dos nomes desses discípulos, é provável que esse grupo, mencionado apenas por Lucas, tenha um sentido simbólico: setenta, segundo a Bíblia, eram os povos da terra e todos devem receber a mensagem de Cristo.

 

Escritores da Bíblia

Poucas pessoas que seguiram a Jesus escreveram. Entre os evangelistas, conhecemos Mateus e João; Marcos e Lucas não conheceram a Cristo, assim como não o conheceu Paulo, o autor que tem mais escritos no Novo Testamento. As cartas de Pedro e Tiago provavelmente não são escritas por eles, mas um autor posterior usou seus nomes para dar importância ao escrito, como era muito comum naqueles tempos.

Não sabemos se outros contemmporâneos de Cristo escreveram textos. Temos vários apócrifos que recebem o nome de um dos discípulos de Cristo, mas são textos de ao menos 300 anos depois de Cristo e, por isso, é evidente que não vêm deles. Esses escritos apócrifos embora tenham sido, durante um tempo, "escondidos", hoje em dia podem ser lidos por todos. A igreja nunca os adotou como canônicos por que são escritos em período muito tardivo, mas sobretudo, por que a doutrina que eles transmitem não coincide com a mensagem de Cristo.

Outro elemento importante que deveríamos ter presente, como sempre ao ler a Bíblia, é o contexto. Em relação aos primeiros cristãos, muitos eram gente simples, que não sabia escrever. Não é possível pensar os discípulos como pessoas dos tempos de hoje, com facilidade de encontrar papel e caneta (ou computador) para escrever.