É claro que Jesus não teria agido como fez Moisés, pois o âmago do seu ensinamento é o amor ao próximo que pode se traduzir também em amor aos inimigos. Embora é importante lembrar que, segundo o história Bíblia, é sempre Deus que envia as pragas sobre o povo opressor do Egito. Isso complica ainda mais uma eventual explicação.
Você nunca escutou a expressão "fruto do seu tempo"? Embora com a devida explicação, essa pode ser uma chave de leitura para começar uma explicação desse tema: As praga do Egito são fruto do seu tempo! Ou melhor dizendo: a interpretação bíblica das pragas do Egito é uma leitura do povo de Israel daquele tempo. Hoje não condiziria com a nossa teologia e com o nosso modo de ver a ação de Deus na história.
Em muitos pontos do Antigo Testamento prevalece uma teologia que poderíamos chamar de "insuficiente", que não leva em conta a revelação plena em Cristo. Exemplificando, hoje temos consciência de que a educação rígida dos filhos, com castigos corporais, não é uma pedagogia adecuada, correta. Mas há algum tempo os pais acreditavam nesse método e o aplicavam pensando no bem dos filhos. Essa visão mudou por que a ciência fez progressos e a reflexão educacional mudou seu foco. Isso não aconteceu da noite para o dia, mas depois de séculos de vida, de práticas tidas como consolidadas. A mudança é necessária!
No âmbito da fé, Jesus nos ensinou a progedir, a crescer, a não ser infantis, a ver a história com os olhos de Deus, com os seus princípios. Deus age na história, com paciência, como um pedagogo. Não intervém fisicamente nela, mas espera a reação humana. No passado se acreditava - e muitos ainda hoje pensam assim - que também a desgraça era a mão de Deus agindo. Não é verdade. Deus é o sumo bem e só o bem dEle vem, pois se não fosse assim, contradiria a sua natureza.
O que fez Jesus e o que devemos fazer? É muito evidente: diante do inimigo responder com o amor.