A igreja católica tradicionalmente divide os anos em A, B e C. Isso serve como parâmetro para organizar a liturgia, tanto as orações quanto as leituras durante a missa. Na celebração eucarística são lidas, durante os dias feriais, três leituras, das quais uma é um salmo e a outra é o trecho do Evangelho. Durante os dias festivos, especialmente nos domingos, as leituras são 4. Nesse caso, normalmente uma do Antigo Testamento, seguida pelo Salmo e a leitura do Novo Testamento, concluindo-se com a passagem de um dos evangelhos.
Quando se trata de festas e domingos, as leituras mudam a cada ano. Em relação aos evangelhos, no ano A se lê Mateus, Marcos no B e Lucas no C. João é lido no tempo do natal e da páscoa.
Durante a semana, os evangelhos são os mesmos durante em cada ano, enquanto que as outras duas leituras mudam a cada dois anos, anos pares e ímpares.
Infelizmente não sei quantificar o total das leituras lidas durante os ciclos litúrgicos da igreja católica. Um liturgista precisaria dar essa resposta e talvez alguns dos leitores também podem ajudar.
É importante mencionar a importância que a Reforma Litúrgica protagonizada pelo Concílio Vaticano II deu à Sagrada Escritura na celebração da liturgia. Assim diz Constituição Sacrosanctum concilum no número 24:
Porque é a ela que se vão buscar as leituras que se explicam na homilia e os salmos para cantar; com o seu espírito e da sua inspiração nasceram as preces, as orações e os hinos litúrgicos; dela tiram a sua capacidade de significação as acções e os sinais. Para promover a reforma, o progresso e adaptação da sagrada Liturgia, é necessário, por conseguinte, desenvolver aquele amor suave e vivo da Sagrada Escritura de que dá testemunho a venerável tradição dos ritos tanto orientais como ocidentais.
Nesse link é possível ler toda a Constituição Conciliar sobre a liturgia.