Em hebraico, a Bíblia usa o termo keleb, que aparece 32 vezes no Antigo Testamento (veja aqui os detalhes e as passagens). No novo testamento, onde a língua é o grego, se usa a palavra kuón, que aparece 6 vezes (veja aqui). A soma, portanto, é igual a 38 vezes.

Esse número pode mudar nas versões em português. De fato, consultando a Bíblia Pastoral, da Paulus, encontramos 16 passagens. Outras 11 vezes é citada a palavra "cachorro".

 

Animal impuro

Segundo a Bíblia, o cachorro é um animal impuro (veja Salmos 22,17; Salmos 22,21; Isaías 10-11) e não eram bem vistos nas cidades do mundo Bíblico. É provável que isso é motivado pelo fato que eram animais quase sempre abandonados, que procuravam comida no lixo, no meio da carniça. Um Provérbio, recordato por 2Pedro 2,22 resume bem a impressão que tinham do cachorro:

"O cão volta ao seu próprio vômito".

As pessoas que se encontram afastadas de Deus, que são impuras, são comparadas a cães, como é o exemplo das prostitutas, em Deuteronômio 23,18-19 (veja também 2Reis 8,13; Mateus 7,6). Os que não eram judeus, os gentios, eram chamados "cães" (veja Filipenses 3,2).

Mesmo assim, é provável que existiam cães domésticos também na sociedade daquele tempo, como podemos ver em Tobias 6,1 (Bíbia católica):

Tobias partiu com o anjo, e o cachorro os acompanhou. Caminharam até o anoitecer e acamparam junto ao rio Tigre.

Esse juízo sobre esse animal é simplesmente uma questão cultural e não é preciso ser fundamentalista, pensando que a vontade de Deus seja excluí-los. O cachorro é uma criatura de Deus e ai de nós se não cuidarmos deles.