Lendo o Novo Testamento facilmente encontramos grupos que têm um papel importante na narração bíblica: anciãos, escribas, doutroes da Lei, publicanos, fariseus, saduceus, zelotas, nazireus, samaritanos, essênios, gentios, etc. São grupos que compõem a vida religiosa e social do ambiente em que nasceu a primeira comunidade cristã.
Os fariseus e saduceis pertencem à categoria de grupos religiosos. Algumas vezes são ditos como "seitas" dentro do judaísmo, mas é um conceito um pouco perigoso, pois normalmente se entende "seita" como um termo negativo e isso não pode ser aplicado a esses grupos do judaísmo.
Os fariseus, embora não tenham uma boa reputação na pensamento comum, são "santos". Literalmente, o termo significa "separados", pois se dividiram dos Asmoneus, tidos como infiéis, para ficarem longe do pecado. O princípio deles é estar próximos de Deus e como sabem que isso é difícil, criaram uma série de pequenos preceitos para que isso fosse possível. Costuma-se dizer que para cada nervo do corpo há uma lei. Por isso, não podem ser considerados hipócritas, pois, por exemplo, quando no evangelho o fariseu diz que faz jejum duas vezes por semana e que dá 10% do seus bens aos pobres (Lucas 18,9-13) ele o faz realmente.
Jesus recebeu dos fariseus sua formação e está muito próximo deles. O defeito dos fariseus é o fato que pensam que podem ganhar a santidade com os próprios méritos.
Jesus conversa muito com eles e se mostram abertos para com o cristianismo, por exemplo em Atos 5,34, mas também em João 3.
Os saduceus, invés é uma casta aristocrática, formada praticamente de sacerdotes. Não conhecemos bem a doutrina deles, mas parece que aceitavam como escritura somente o Pentateuco, os 5 primeiros livros da Bíblia. Sabemos também que não acreditavam na ressurreição dos mortos e nem nos anjos, ao contrário dos fariseus. Não eram bem vistos pelo povo, pois normalmente em termos políticos eram oportunistas, colaborando com quem ocupava a Palestina.
Esse grupo será muito duro contra Jesus e também contra a igreja nascente. Desapareceram depois da destruição do Templo no ano 70 depois de Cristo.
Os Essênios formam também um grupo religioso, que precisa ser colocado ao lado dos fariseus e saduceus. Eram quase monges e são identificados com a comunidade que vivia às margens do Mar Morto, onde foram encontrados no século passado os manuscritos de Qumran. Eles faziam oposição aos sacerdócio de Jerusalém, que era julgado como pouco praticante. O líder deles era o Mestre de Justiça e esperavam a chegada do Reino de Deus, meditando a Palavra de Deus.