A nossa certeza, que deriva dos ensinamentos da Bíblia, é que Deus nos preparou um lugar e que somos destinados à vida eterna. De fato podemos citar esses textos abaixo, que nos ajudam a refletir sobre esse tema:
- Mateus 22,30-32: Com efeito, na ressurreição, nem eles se casam e nem elas se dão em casamento, mas são todos como os anjos do céu. Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus vos declarou: Eu sou o Deus de Abraaão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas sim de vivos.
- João 11,25-26: Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá.
- João 14,2-3: Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos teria dito, pois vou preparar-vos um lugar, e quando for e vos tiver preparado o lugar, virei novamente e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós comigo.
- Romanos 8,11: E se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo dentre os mortos dará vida também a vossos corpos mortais, mediante o seu Espírito que habita em vós.
Se por um lado é evidente o dogma de fé que nos convida a crermos na Vida Eterna, por outro temos o problema de sabermos como será essa vida depois da morte e onde será.
Sobre come seremos, além do exemplo de Cristo ressuscitado, a carta aos Filipenses nos diz que Jesus transformará nossos corpos humilhados, conformando-os ao seu corpo glorioso (3,21).
Quanto ao lugar, no imaginário comum, acreditamos que os justos estarão no paraíso. O Paraíso, nos Evangelhos, normalmente é dito “Reino dos Céus”. Em grego, é usada a palavra ouranos: literalmente, “céu”. No tempo de Cristo a terra era concebida como envolvida por 3 céus: aquele do ar, aquele dos astros e aquele da morada de Deus. É o modo humano de descrever uma realidade transcendental, que não conseguimos agarrar com nossas mãos ou nosso intelecto. Como cristãos sabemos que existe, mas não conseguimos descrever de modo perfeito.
Destino após a morte
A sua pergunta provavelmente tem uma preocupação prática: saber para onde vão os que acabaram de morrer e qual é o percurso cronológico da alma. Colocando de maneira infantil, quanto tempo dura a fila pra chegra no céu? E só alguém vai para o inferno, quantos dias depois da morte chegará lá? E o purgatório, quanto dura para quem deve passar por ele?
Nós não sabemos e podemos responder somente com a fé em Deus que acolhe seus filhos conforme as próprias obras. É provável que erramos ao pensar em categorias temporais que são típicas nossas. É verdade que não temos à disposição outras categorias e são apenas essas que podemos usar. De qualquer forma, podemos imaginar que elas não são adequadas para descrever o "tempo" depois da morte, a eternidade. É fácil pensar, visto que de eternidade se trata, que não existe um "antes", "agora" e "depois", mas uma continuidade, uma unidade.