Yossi Garfinkel, arqueólogo da Universidade Hebraica, retém que foi descoberta uma inscrição que traz a escrita em hebraica mais antiga vista até hoje. O pedaço de cerâmica foi encontrado ao norte de Jerusalém, em Hirbet Qeiyafa, e as 5 linhas (quase apagadas) de escritura que possui teriam sido escritas há 3000 mil anos, nno tempo do rei Davi. O local do descobrimento era a fronteira que dividia os israelitas dos filisteus.

A tese do arqueólogo provocou muito debate e vários estudiosos não concordam com a hipótese levantada por Garfinkel. As letreas usadas são de tipo proto canaítico, mas muitos afirmam que naquele período não eram somente os judeus que usavam esses carácteres. Por isso os críticos dizem que é difícil dizer se realmente trata-se de hebraico ou uma língua parecida falada na área naquele período. Garfinkel defende que seja hebraico por causa de um verbo de letras presente na inscrição que significa "fazer", uma palavra que existia somente em hebraico.

Outro arqueólogo da Universidade Hebraica, Amihai Mazar, sublinha que a descoberta é muito importante, mas afirma também que chamar aquela escritura de hebraico significa ir longe demais. Ele diz: "É proto-canaítico. A diferença entre a escritura e a língua, naquele período, é pouco clara".

Além do fato arqueológico, por trás da descoberta existe uma outra discussão: Garfinkel, com a cerâmica encontrada, tenta defender que aquilo que a Bíblia conta de Davi é verdadeiro, que naquele tempo existia em Israel um reino forte, capaz de narrar os próprios acontecimentos exatamente quando eles aconteciam.

Na verdade não se pode ainda dizer quem morava no local onde a escrita foi encontrada. Garfinkel diz que ali residiam os judeus, mas Aren Maier, outro arqueólogo, que também está escavando na zona, diz que as características do pedaço de cerâmica mostram que não pertencia nem a judeus nem a filisteus, mas a um terceiro povo.

Há muito espaço a ser escavado ainda e a esperança é que outros detalhes ajudem a esclarecer o contexto que ajudaria a entender a escrita, que atualmente está num laboratório, onde será feita a análise e tradução.

É importante prestar atenção ao comentário de Israel Finkelstein, conhecido arqueólogo da Universidade de Tel Aviv, que diz que é necessário desconfiar daqueles que tentam mostrar a todo custo que aquilo que está escrito na Bíblia é verdade, historicamente falando. Ele diz que isso é mais romântico do que científico.