Olá Zélia de Miranda do Norte - MA!

O mês da Bíblia de 2017, se fundamentará na Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses.

A CNBB já preparou o livro Base que orientará a parte teológica-bíblica do mês de setembro, inspirando-se no tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida”. Seu lema, “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida” (1Ts 2,8). Neste tempo que nos voltamos para a evangelização São Paulo o grande evangelizador sempre é fator de inspiração nesta árdua tarefa. Somos convidados e  guiados pelas autênticas experiências evangelizadoras do apóstolo Paulo.

Perguntas que começam a surgir do estudo da primeira carta aos Tessalonicensis, nos circulos bíblicos paroquiais.

1) Qual foi a grande novidade na evangelização trazida por Paulo, em relação aos demais apóstolos?

Paulo, como judeu de nascimento e educado em Jerusalém, torna-se Fariseus, conhecia muito bem os meandros do judaísmo. Uma vez convertido tentou levar o evangelho de Jesus ao mundo pagão, rompendo a visão estreita dos demais apóstolos que só evangelizavam judeus.

Começou a evangelizar indistintamente todos os povos. Pode-se dizer que Paulo abriu as porteiras da Igreja a todos os povos dando prosseguimento aos trabalhos dos cristãos helenistas iniciados com os sete diáconos (At 6-8).

Desta forma, Paulo, juntamente com alguns companheiros, inicia viagens missionárias para levar o evangelho aos povos. A chegada a cidade portuária Tessalônica não foi por acaso, mas estavam em seus planos, queria ali evangelizar, levar o ensino de Jesus aos trabalhadores portuários.

A apresentação do Evangelho de Paulo mostra Jesus em oposição ao Imperador.

- Cristo assume o lugar que os tessalonicenses davam ao imperador: Cristo vindo do céu (1Ts 4,13-18).

- Paz e esperança era o que o imperador romano prometia (Pax Romana), mas Paulo mostra que esta paz não é real, pois Cristo tem outros desígnios (1Ts 5,3). A vinda de Jesus vai abalar esta falsa paz prometida pelo império.

-  Parusia, apantesis e Kyrios são três termos que se usava para o Imperador, mas Paulo os aplica para Jesus.

Neste sentido podemos dizer que o cristianismo, tal qual pregado por Paulo, era subversivo em relação ao Império Romano e às instituições tessalonicenses.

2) Qual era o significado do culto prestado ao imperador romano como se este fosse divino?

O Imperador era considerado Deus. Tinha estatuas, templos espalhados pelo Impérios Romano e o culto ao Imperador era obrigatório, para que as pessoas pudessem manter os privilégios no Império Romano.

O anuncio do evangelho, bateu de fronte com o culto ao Imperador. Para Paulo e comunidade foi deixado de lado o Culto ao Imperador porque Jesus é o Senhor que governa o universo.

Podemos entender o Culto ao Imperador como a maneira de manter a coesão do Império Romano, muitos povos e nações se consideravam como o mesmo povo e não cogitavam uma separação.

A Religião Romana praticada pelo Culto ao Imperador, incutia nos povos a crença de que o Império era desejado pelos deuses.

O domínio do mundo inteiro pelos romanos era desejo das divindades, mas para que isto se realizasse o uso da força e da violência se tornava necessária.

3) O que era a Pax Romana

Essa era a Paz do jeito que os poderosos desejavam no Império Romano. Os Romanos garantiam a Pax Romana aos povos que se submetiam e trabalhavam enriquecendo o império, pagando altos tributos, tendo segurança pela presença das legiões romanas. A ausência da guerra fazia tudo prosperar. A Pax Romana era motivo de cobiça para existir a segurança.

Portanto segundo a introdução da carta aos Tessalonicenses a Pax Romana compreendia a paz estabelecida pelo Império Romano, ou seja, uma paz determinada de cima pelos poderes do Império Romano, centro do poder, que uma vez sufocando toda e qualquer resistência encobriam o sofrimento do povo estabelecendo um sistema tributário mortal.

A Paz Romana pautava algumas máximas:

- Guerra jamais era cogitada, pois enfraquecia a produção. A guerra somente era feita para a conquista dos povos.

- O Imperador Romano é colocado como Senhor absoluto, com direito a templo estatua e louvor.

- A religião beneficiava o Estado, e defendia as desigualdades, o Imperador tinha seu culto e templo.

- As legiões Romanas se espalhavam pelo império intimidado a rebeldia.

- Ser cidadão Romano era título comprado. Só os poderosos possuíam.

- A escravidão era mantida com escravos vindo das terras conquistadas. Ajudavam na produção da riqueza.

- A opulência dos ricos era demonstrativo de poder diante dos pobres, escravos e povos submetidos.

Consulta:

CNBB, Mês da bíblia 2017, Texto Base, 1 Carta aos Tessalonicensis, edição CNBB, Brasilia 2017

Bíblia Gente, 1 Carta aos Tessalonicensis, Mes da bíblia 2017, Roteiro para encontros, n 1, 2, 3, 4, editora Paulus, São Paulo 2017