Septuaginta é uma palavra latina que traduz o número 70. Além de "septuaginta" se usa tambem o número romano "LXX" para designar essa obra.
Esse nome designa a primeira tradução feita da Bíblia, do hebraico para o grego, ainda antes que Cristo nascesse. Portanto, é uma tradução que se refere somente ao Antigo Testamento, feita por judeus que viviam no Egito e falavam em grego. Visto que usavam essa língua, queriam que o texto sagrado fosse disponível na língua usada quotidianamente e não somente em hebraico. É provável que primeiro de tudo foram traduzidos os 5 primeiros livros da Bíblia e depois os demais livros. A esses livros traduzidos se somaram outros 7 livros que não existiam em hebraico, mas que foram escritos diretamente em grego, que são os 7 livros presentes nas bíblias católicas e ausentes naquelas protestantes (Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico (ou Sirácide) e Baruc).
Essa tradução da Bíblia se tornou a Bíblia usada pelos primeiros cristãos. Isso é provado pelas citações que aparecem nos livros do Novo Testamento, que reproduzem o grego da LXX.
A questão do número 70
A razão do nome dessa tradução é revestida de muito folclore e também de elementos legendários, cuja veracidade histórica não pode mais ser confirmada. Basicamente se diz ter sido feita no Egito por 70 (ou 72) sábios enviados de Jerusalém para a comunidade de Alexandria.
Sobre a origem dessa tradução, existe uma carta escrita por Aristéia a Filocrates onde é narrada de forma legendária, como nasceu essa tradução. Conforme essa carta, o rei egípcio Ptolomeu II (reinou de 285 a 246 antes de Cristo) pediu às autoridades religiosas do templo de Jerusalém que fizessem uma tradução em grego do Pentateuco para a recém criada biblioteca de Alexandria. O sumo sacerdote Eleazário nomeou 72 eruditos judeus, 6 escribas por tribo de Israel (outra tradição diz que eram 70), que foram até o Egito e na Ilha de Faro realizaram a tradução em 72 dias, cada um fazendo a própria tradução dos 5 primeiros livros da Bíblia. No final dos trabalhos se reuniram e, comparando o trabalho feito, viram que todas as traduções eram idênticas.
Essa história talvez seja apenas uma legenda. De fato alguns dizem que os tradutores na verdade eram 5 e invés 70 eram os membros do tribunal (sinédrio) que aprovou a tradução feita. De qualquer forma, mesmo sendo difícil comprovar a verdade histórica dessa narração, é claro que é uma tradução feita no Egito e era tida como uma boa versão também pelas autoridades de Jerusalém.