Se interpretamos "ser importante" como "ter poder", Jesus ensinou muito a esse respeito. Começou com a própria vida: ele que era grande morreu numa cruz, abandonado por todos, sem poder, sem importância aparente. Esse gesto já bastaria para responder a pergunta que se faziam os seus discípulos: "quem é o maior", quem é o mais importante?
A nossa sociedade está caracterizada por pessoas que querem dominar, querem se tornar importantes, a qualquer preço: os grandes dominam os pequenos e os fortes oprimem os mais fracos. Jesus, invés, inverte essa lógica:
Quem quer ser o primeiro, seja o último e que o maior seja o servo de todos.
Jesus propõe uma revolução do coração, a partir de dentro do ser humano: a renúncia a dominar sobre os outros. E a criança é o símbolo de quem é mais frágil; é fácil se livrar dela. É o pobre por excelência. Por isso acolher uma criança, no nome de Cristo, significa acolher ao próprio Deus, expressando a realização da revolução querida por Jesus.
Ser importante é uma missão digna. Há pessoas chamadas a liderar a humanidade. Mas a importância, conforme sublinhado pelo ensinamento de Jesus, se vê da dignidade da missão, da integridade da conduta e da identificação com a mensagem de Cristo e não com a importância aparente, conforme anunciada, por exemplo, pelos mass media, ou pelo poder derivante da riqueza material.