Poderíamos indicar Zacarias, mas com uma certa atenção.
Os evangelhos falam que o pai de João Batista, aquele que anuncia, como precursor, a chegada do Messias e que alguns veem como o último profeta do Antigo Testamento, mesmo tendo sido contemporâneo de Cristo, era um sacerdote (Lucas 1,5). Recebeu o anúncio do milagre do nascimento do filho enquanto desempenhava sua função no templo, que provavelmente consistia em renovar as brasas e os aromas no altar do incenso que se encontrava diante do Santo dos Santos para a oferta do incenso, que era feita duas vezes por dia, de manhã e de tarde.
Existiam classes sacerdotais. Zacarias, o pai de João Batista, pertencia àquela de Abias. Cada grupo desempenhava um serviço por uma semana, por exemplo. Portanto, os sacerdotes eram muitos, até a destruição do Templo. Portanto, não existia em cada momento “um” sacerdote, mas vários.
O sacerdote principal era o Sumo Sacerdote. Nesse link você encontra um elenco dos sumos sacerdotes da história judaica. É Wikipedia e, como sempre, serve uma visão crítica, mas pode ser útil para ter uma visão geral.
No período de Cristo, esses são os nomes que aparecem, destacando os de Anas e Caifás, que aparecem nos evangelhos (João 18,12-14).
* Joazar ben Boethus (4 antes de Cristo)
* Eleazar ben Boethus (4-3 antes de Cristo)
* Joshua ben Sie (3 antes de Cristo até 6 depois de Cristo)
* Ananus ben Seth (6 até15 - o Anás dos Evangelhos)
* Ishmael ben Fabus (15 e16)
* Eleazar ben Ananus (16 e 17)
* Simon ben Camithus (17 e 18)
* Caifás (18 até 36)
O sacerdote e o templo de Jerusalém
Para a religião judaica, na época de Cristo, o templo representava a presença de Deus e a adoração que se fazia naquele local, graças ao serviço prestado pelos sacerdotes, garantia a bênção divina. A missão dos sacerdotes era a de garantir um serviço correto para manter a segurança e a prosperidade. Para alcançar esse propósito, os sacerdotes tinham que obedecer e cumprir uma série de regras. Se não as respeitassem, sua adoração podia não “contar” e condicionar a bênção divina.
O sacerdócio era hereditário, passando de pai para filho.
Além disso o sacerdote ocupava um lugar proeminente na sociedade. De fato, não se ocupava somente de questões religiosas, mas era esperto em leis judaicas, literatura e tradição. Na prática eram bem vistos e para certos grupos é um orgulho ser descendente de sacerdotes, mesmo hoje quando um outro grupo de pessoas, os rabinos, lideram a religião judaica.
O sacerdócio hoje entre os judeus
Na tradição judaica, o templo de Jerusalém é o único lugar onde o sacerdote pode sacrificar. Como o templo não existe mais desde quando foi destruído, 70 anos depois de Cristo, o sacerdócio não é mais praticado. Há movimentos, dentro do judaísmo, que almejam restabelecer o templo de Jerusalém e, nesse caso seria restabelecido também o sacerdócio, que seria ligado aos descendentes da tribo de Levi. Não são todos os judeus que vêem essa necessidade e almejam essa "reconquista". De qualquer forma, o movimento existe.
Os rabinos, que hoje pelo mundo afora, lideram as comunidades judaicas, não são sacerdotes.